Mentiras Sinceras me interessam

Esta mensagem inicial do blog explica, se é que é preciso, o título do mesmo. Todos sabem que é parte da letra de uma música de Cazuza (abaixo) (...) "mentiras sinceras me interessam". Tem outra frase que poderia ser usada. É de uma amiga minha (não me perguntem de quem); "Mente, mas mente gostoso
". Claro que o blog não será usado para difundir mentiras, mas os leitores talvez se identifiquem com a dose de ilusão necessária e até fundamental que coloco em tudo o que faço e escrevo. Utopia, ainda é, uma droga lícita. Mas use com moderação.

"Entre a sinceridade ferina e a falsidade carinhosa, prefiro a última. No jogo impreciso do amor, vale mais a intenção forjada do que a fúria da razão. Portanto, entre a espada crua da verdade, mentiras sinceras me interessam"


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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Caroneira de primeira viagem ou nova recaída de “ex-cafajeste”



Como viajo todos os dias de motocicleta ( aproximadamente 100 km p/dia), a saber: casa (Viamão) até o Centro (Faculdade-IFRS), depois ao trabalho (Jd. Leopoldina, quase Alvorada), e depois novamente para  casa (Viamão), sou um grande observador do trânsito e suas circunstâncias. Visto da perspectiva da motocicleta, nível do solo, os detalhes saltam aos olhos. Pode-se ver a “vida do trânsito”; as relações humanas. Carinho, às vezes carícias! Discussões, conflitos, brigas...etc.

Esta semana chamou-me a atenção uma caroneira de uma outra motocicleta. Não soube definir se ela estava de saia ou vestido e blusa combinados, sapato de salto e bolsa. O fato é que a roupa não era apropriada para andar na garupa de uma motocicleta. A tal saia/vestido era de um tecido leve, fino (não sou especialista), mas devia ser de uma espécie de malha. Roupa caprichada, quase social. A moça devia ser uma supervisora, encarregada de setor, talvez. Não tinha pinta de gerência. Não seria, também uma enfermeira (aí sim! Fetiche clássico); as enfermeiras, mesmo à paisana, sempre usam alguma peça branca: sapato, relógio...Sempre.

A posição do caroneiro na motocicleta, como sabem, é de: pernas elevadas; +- 45° e, se for mulher, corpo ligeiramente “arqueado” para frente. Além, é claro, de uma abertura lateral de, no mínimo, 30° para “encaixar-se no piloto da moto -(Matemática numa hora destas?!!). Neste caso, pela inadequação da roupa, esta posição deixava à mostra uma generosa porção da coxa da mulher. Digo de propósito; coxa e não perna. São coisas absolutamente diferentes. A palavra “coxa” por si só já gera uma expectativa, não é verdade? Para quem não ligou o” nome a pessoa”, aí vai uma caracterização livre mas com detalhes:  coxa é a parte que segue imediatamente acima do joelho até osso da bacia, pela frente; a dobra da virilha, por dentro; o osso do quadril por fora: e a dobra da nádega, por trás. Nossa! Descrição anatômica, quase científica para fugir da vulgaridade. Não sei se consegui.

A porção de coxa à mostra, não era nenhum escândalo...Ainda. Tratava-se de “um palmo”(grande!)", ou  nove dedos e meio, acima do joelho: nada de mais. A posição é que deixa a situação digamos...interessante. Via-se que a moça “não era do lugar”; pela roupa e pela própria posição. As caroneiras profissionais sabem exatamente o que estão causando quando estão ali: empinam-se exageradamente, em regra não usam saias, é verdade. Mas abusam de calças com cintura baixa. Deixam à vista, estrategicamente, parte da “roupa íntima” ou, até mesmo, o “cofrinho”! E, cá entre nós; às vezes é um “Banco Central ou Casa da Moeda”! ”Sorry”. Não resisti. O fato é que a moça não era dali. Calculo até que não era “nada” do condutor. Talvez ou a conhecida, uma vizinha atrasada que aceitara uma carona.

Mas a dita saia começava, lentamente, a subir mais! (em direção aos limites superiores anteriormente descritos). A menina era forte: não puxava ou arrumava a roupa. Talvez fosse medo de soltar-se.  (Alías, que coisa irritante mulheres que usam roupa curta e ficam o tempo todo “se puxando”! Então não usem, pô!) Eu pilotava imediatamente atrás do casal ou, às vezes, ao lado. Observava discretamente, é claro. A cena não passava despercebida a ninguém: motoristas, outros motoqueiros. Acho até que, ocasionalmente, disputavam uma posição melhor no trânsito para a visualização. Será? Eu confesso que viajava mais devagar do que de costume. Mas o relógio, cruel, impiedoso, me chamava à realidade. Ao ultrapassar fiz questão de não olhar o rosto. Para não constranger e para não quebrar o encanto daquela “ tela de Dali ”: caótica e bela. Como o trânsito.

by Nô Vidal